4:48-4:58am - 5/11/02

queicho. queixo. pulso. pulo.
fora, e caio. raios. me mordam
cães. ladram, eu rolo. fujo.
por fim, caneta em punho. tic, tac,
traiçoeiro. e o meu sono? já era,
tarde demais. não é nada demais.
nada é demais. que é demais? nada.
e nada? demais! nada. maldita língua.
portuguesa trava. trinca. de baralho.
truco. troco. vingança? comecei
errado. machado. machadinha.
corta o mal pela raiz que o morto
come o capim por lá mesmo. desgostosa
imagem, capim sem gosto. alface. alva
face. a tua, e bela. o meu olho tem
remela. mas à noite se revela, o poema.
floema. flui. chove, chuva, molha. olha,
onde vai parar. chorar. quero dormir.
e mto dispenso. nessa vida o meu alento,
é nela estar. me falta ar. sonolência.
tenha decência! anote tudo, enquanto calo.
então eu durmo e falo, soníloqua.
mas nem o sou. que seja então, vamos,
acabe! cabe a mim passar a limpo. limbo,
do pensamento. oh, alma sofredora! estou
dormindo. eu acredito estar sonhando.
que bom se fosse! a noite é doce. mas eu
me canso. danço, sem melodia. canto. ai,
que agonia! impressão de que os olhos,
estão abertos. podre. de fato, vil. certo,
já me serviu. se retire. vire, e vá embora.
tire, de mim, agora. ah, minha senhora,
vê se me ouve! louve algum deus, não a
mim, mortal. adeus. final.
- 4:48am

não satisfeita, me faz desfeita.
entenda meu bocejo, n'outr'ora lhe dou
ensejo. horas, o dia. ria! preciso a pouco, daqui,
levantar. mas nem deitei! de agora adiante,
fala sozinha. quem sabe adiante, meu sono
ouça sua vozinha...
- 4:58am

</codeína nikélika>

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