18/9/2 - p/ m. j. de barros

à senhorita maria judith

maldigo tua lápide, mas sem ofensas, não é por mal
o que vejo sem formosidades é mero e nulo material
guardam teu túmulo puros anjos e pecadores mortais
em antro sepulcral soam carruagens, por essência, infernais

as aves buscam este canto pacífico
fazendo também o seu, que torna-se típico
enquanto lhe dito, maria, simples pedido
de que faças tombar em meus braços este anjo caído.

perco-me atrás de gato branco e ao perder-me tenho sorte
recebo de ti o presente de, por segundos, beijar a morte
minha mão torna-se leve e encho-me de coragem
tocando os cabelos do anjo como se eu fosse só uma imagem

então, senhorita, agradeço teu feito
que proporcionou-me imensurável deleito
mas triste agora perturbo-te ainda a paz
pois perder o que me destes, eu não quero - jamais

</codeína nikélika>

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poesia é algo eterno enquanto dura o momento.

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